Deputados realizam audiência pública para discutir implantação da escola militar em Barra do Garças
O presidente do Legislativo de Barra do Garças, João Rodrigues (PDT), sugeriu que o prédio da antiga escola Dom Bosco não seria o local mais adequado para a instalação da unidade de ensino militar Tiradentes. Segundo ele, há outras regiões do município com maior carência em escolas, sobretudo estaduais, que a área central da cidade.
A declaração foi dada durante audiência pública, nesta quinta-feira (26), na Câmara de Vereadores, que discutia o destino da antiga escola Dom Bosco. Autoridades políticas defendem que o prédio seja ocupado pela escola Tiradentes, administrada pela Polícia Militar de Mato Grosso (PM).
“Nós temos [a Escola Estadual] Antonio Cristino Cortes, Filinto Müller, Gaspar Dutra, Heronides Araújo, Dom José Selva, escolas que estão no perímetro central da cidade. Todos os anos, com exceção do Gaspar Dutra, essas escolas não conseguem fechar turma porque o número de alunos é insuficiente. Nós precisamos de escolas onde há demanda por escolas”, disse na tribuna.
Ele lembrou que a lei estadual 10.922, sancionada em julho de 2019, prevê a possibilidade de que os métodos, metodologias e princípios cívico-militares sejam implantados em qualquer escola. Isso significa que o modelo Tiradentes poderia ser instalado em uma escola já existente, sem a necessidade de abrir uma nova unidade.
A preocupação do vereador é que mais uma escola estadual seja instalada no centro da cidade, uma vez que bairros como o Jardim Nova Barra Norte e Sul, São José e Vila Maria, na região oeste da cidade, ainda careçam de unidades escolares. “Não há sequer uma escola estadual naquela região.”
“Daqui a um ano e pouco, nós teremos o [residencial] Carvalho I, II e III, onde implantaremos 1.500 famílias [pelo Programa Minha Casa Minha Vida]. Nós teremos ali naquele lugar 3 mil crianças. E a realidade que sabemos é que na região oeste, onde o município mais cresce, não temos escola.”
Para ele, a população precisa ter essas informações antes que tome uma decisão sobre o destino da antiga escola Dom Bosco. O vereador destacou que a administração pública se curvará ao desejo da comunidade.
“Torço até para que nós implantemos os princípios cívico-militares em todas as escolas. É indubitável que nossas crianças precisam de disciplina, mas não podemos esquecer da realidade da nossa cidade.”
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Reforma no prédio da antiga escola Dom Bosco está parada desde 2018
A prefeitura de Barra do Garças já manifestou interesse em instalar uma creche no local, caso a escola militar não seja viabilizada. Desde o início do ano passado, o estado, através da articulação de políticos locais, como o vereador Julio Cesar (PSDB), vem tentando implantar a Tiradentes no município.
O governo chegou a iniciar uma reforma no prédio da Dom Bosco, estimada no valor de R$ 500 mil, mas desde o segundo semestre de 2018 a obra está parada. Durante a audiência de quinta, o deputado estadual Silvio Fávero (PSL) afirmou que a escola militar está garantida para Barra do Garças.
O parlamentar disse ainda que toda a documentação está pronta e, se a reforma estivesse concluída, em 2020 a escola já poderia iniciar o primeiro ano letivo. Segundo ele, agora depende dos anseios da sociedade e da administração municipal.
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