Festival fortalece tradição da arte-capoeira no Araguaia
Com a presença de mestres, instrutores e alunos de capoeira da Região Centro-Oeste e dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, a iniciativa tem o objetivo de fortalecer o território cultural da capoeira no Vale do Araguaia, onde a Abadá atua desde a década de 1980. O trabalho realizado no Vale do Araguaia pelo grupo Abadá-Capoeira tem a supervisão do mestre Charm, de Goiânia.
O festival também pretende gerar o aperfeiçoamento técnico dos integrantes do grupo, promover a integração dos trabalhos realizados nos municípios da região e estimular a expressão cultural de pessoas que geralmente estão à margem de atividades culturais.
A programação do festival inclui um curso de capoeira para crianças e adultos com o mestrando Apache, do Rio de Janeiro, treinos com convidados de outros centros de ensino e atividades culturais em espaços públicos da cidade, com rodas de capoeira e apresentação de maculelê, uma dança com bastões que simula a luta tribal.
A cerimônia de troca de cordas dos participantes do grupo, a mais importante comemoração dos capoeiristas, também faz parte do evento. No festival são batizados os novos integrantes do grupo, que recebem apelidos de capoeira, uma tradição da atividade desde a época em que era considerada ilegal no país.
Neste ano, os participantes do 8º Festival de Capoeira do Araguaia têm ummotivo a mais para comemorar: a vitória do instrutor Catitu nos Jogos Mundiais de Capoeira, realizados pela Abadá no Rio de Janeiro, em agosto. O instrutor foi vencedor na categoria A, de corda roxa à marrom-vermelha, a mais avançada da competição.
Catitu e a instrutora Sinhá coordenam o grupo no Vale do Araguaia. “É um sonho de criança que se realizou com muito esforço, treinamento e dedicação da minha parte e da instrutora Sinhá, minha esposa, que sempre me estimulou”, conta Catitu.
O evento tem o apoio da Secretaria de Estado de Cultura de Mato Grosso por meio de emenda parlamentar do deputado Max Russi. A atividade também tem o patrocínio de empresas locais e o apoio da Prefeitura e da Câmara Municipal de Barra do Garças, da Câmara Municipal de Aragarças e da Águas de Barra do Garças.
Patrimônio imaterial da humanidade
A capoeira é uma prática interdisciplinar que engloba aspectos artísticos e esportivos ao misturar luta, dança, música e cultura popular. Manifestação cultural tipicamente brasileira, em 2008 foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Em fevereiro de 2014, a capoeira foi reconhecida pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) como Patrimônio Imaterial da Humanidade.
Ela é símbolo de resistência à escravidão, pois a técnica era usada para defesa dos escravos libertos. A atividade foi marginalizada no Brasil até a década de 1930, quando o presidente Getúlio Vargas, por influência do mestre Bimba, declarou a capoeira um esporte nacional.
Em 2016, o Conselho Nacional do Esporte reconheceu, por meio da Resolução 44, a capoeira como uma atividade esportiva. De acordo com a Resolução 44, a capoeira é “reconhecida pelo seu valor lúdico, folclórico, cultural, artístico, esportivo, estético e educativo”.
Programação
Dia 29/09
18h-19h30 - Curso para crianças com mestre convidado, no Ginásio de Esportes Arnaldo Martins
19h-20h - Roda de capoeira para abertura do evento, no Barra Shopping
20h30- 22h30 - Curso para adultos com mestre convidado, no Ginásio de Esportes Arnaldo Martins
Dia 30/09
8h- 9h – Curso para crianças com mestre convidado, no Ginásio de Esportes Arnaldo Martins
9h-12 – Curso para adultos com mestre convidado, no Ginásio de Esportes Arnaldo Martins
17h – Apresentação de maculelê, no Teatro da Prefeitura de Barra do Garças
17h30 – Evento de batizado e troca de cordas, no Teatro da Prefeitura de Barra do Garças