Cartão de programa social garante alimentação básica de famílias
Na família de Jaqueline, formada por ela e as duas filhas, Hanna e Nawanny, o valor de R$ 100,00 mensais irá garantir a saúde da mais nova. "Eu tenho problema crônico nos rins, por isso minhas gestações foram de risco, especialmente a segunda. Quando a minha filha nasceu, eu tive hemorragia, fiquei alguns dias na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), enquanto isso, ela teve cinco paradas cardíacas, hemorragia pulmonar e, por isso, não a amamentei. Precisamos do leite, que custa R$ 60,00 cada lata, nem sempre tenho como comprar. Agora o dela está garantido", disse.
A principal renda das três é a pensão alimentícia que recebe do ex-marido, cerca de R$ 350,00, que trabalha como operador de máquinas. A família também é beneficiada pelo programa Bolsa Família com o valor de R$ 156,00, porém apenas o aluguel custa quase R$ 300,00. Voltar a trabalhar ainda não é uma opção para Jaqueline, que precisa se deslocar constantemente até Cuiabá para acompanhar o desenvolvimento de Hanna.
Novo São Joaquim
Para a beneficiária do programa em Novo São Joaquim, Uisnaiara Alves Ribeiro, de 20 anos, que é cadeirante, a prioridade também é garantir a alimentação da filha de um ano e meio, Esther. Devido à própria deficiência, Uisnaiara nunca trabalhou. Uma fratura na perna esquerda causada no momento do nascimento dela e a demora no tratamento impediram que ela andasse. As duas pernas ficaram atrofiadas, apesar de sentir os dois membros.
O esposo dela, Devailrton, de 28 anos, não consegue um emprego com carteira assinada há três anos. Enquanto isso, atua como auxiliar de pedreiro. O trabalho, que não é fixo, mantém a família com uma renda mensal de cerca de R$ 500,00, porém apenas o aluguel que a família paga em uma casa de quatro cômodos é R$ 250,00. Por isso, nem sempre é possível comprar tantos alimentos necessários para a bebê, a exemplo de frutas e legumes.
"Eu tive e ainda enfrento muitas limitações, mas a prioridade é a minha filha crescer com saúde", afirma Uisnaiara Ribeiro.
O titular da Setas, Max Russi, destaca que o programa, além de fazer a transferência de renda, tem como meta criar uma rede de proteção social para que os beneficiários consigam ter acesso à qualificação e se recolocar no mercado de trabalho.
"O objetivo é incluir as famílias no programa para que as pessoas consigam se estruturar e sair da situação de vulnerabilidade. O benefício em dinheiro garante a segurança alimentar, mas o Pró-Família forma uma rede de proteção para o completo desenvolvimento humano das famílias", afirma o secretário.