A política é célula vital da convivência em sociedade, diz presidente do TRE-MT, durante Audiência Pública da Cidadania em Barra do Garças
Mais de 100 pessoas compareceram à Audiência Pública da Cidadania realizada pelo Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso no município de Barra do Garças, na manhã desta sexta-feira 20 de julho. Durante o encontro, cidadãos comuns, autoridades e representantes da sociedade civil organizada discutiram temas como cidadania, democracia, combate à corrupção e participação social na política.
O juiz eleitoral Fernando da Fonsêca Melo, deu as boas vindas ao presentes, destacando a importância de encontros com a sociedade para discutir temas tão importantes para o convívio em sociedade. Em seguida, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso, desembargador Márcio Vidal, alertou os cidadãos de Barra do Garças para o fato de que é preciso o envolvimento de todos em política. “Você pode não gostar de determinado tipo de música, pode não gostar de futebol, mas é impossível virar as costas para a política. Você pode não gostar da politicagem, é óbvio que ninguém gosta. Mas na política é preciso se envolver. Todos nós precisamos de saúde pública de qualidade, segurança pública, ruas e praças limpas, instituições eficientes. E para que tudo isso funcione bem, é preciso participar da vida política do seu país. A política é célula vital da convivência em sociedade”, disse Márcio Vidal.
O desembargador destacou ainda que temas como cidadania, política e democracia estão interligados. “As pessoas pensam que democracia é apenas votar. Nunca. A democracia representativa é apenas uma fase do processo. Implica em nutrir e conviver com ideias divergentes; implica na transparência das instituições públicas; no controle social sobre os órgãos públicos; e tudo isso implica em cidadania plena. Nós não exercemos a cidadania, não exercemos controle social, viramos as costas para a política. E o Brasil se transforma nisso que estamos vendo. O controle não é responsabilidade só do Tribunal de Contas, é de cada um de nós. Hoje todos temos um telefone que grava fotos e vídeos, qualquer um pode fiscalizar obras públicas. Mas não fazemos isso. Ficamos esperando um salvador da pátria para resolver nossos problemas. Isso não existe. A nossa pátria só será salva com nossas próprias ações. Outras nações, hoje de 1º mundo, já passaram pelo que o Brasil está passando, mas eles reagiram e reduziram os índices de corrupção a patamares muito baixo. Isso só aconteceu porque a população tomou as rédeas do Estado”, disse, concluindo que a corrupção toma conta dos espaços onde há ausência de cidadania.
O vice-presidente e corregedor do TRE-MT, desembargador Pedro Sakamoto, reforçou a necessidade de os eleitores pesquisarem a vida pregressa dos candidatos nas Eleições 2018. “A Justiça Eleitoral está focada em realizar eleições limpas, justas e transparentes. Sem corrupção e sem fraudes. Que cada voto computado seja verdadeiro, limpo e consciente. Esse é nosso maior desejo. E para isso contamos com o principal ator de todo nesse processo, que é justamente o cidadão-eleitor”.
Ao final da Audiência Pública, os cidadãos de Barra do Garças aplaudiram a iniciativa do TRE e manifestaram o desejo de participar de novos encontros. “A nossa cidade tem uma carência de eventos como esse. Muitas pessoas não compreendem a importância da política em nossas vidas e não sabem inclusive como participar. Pensam que política é para políticos de carreira apenas. Eles não sabem como podem exercer seu papel como cidadão, exercer a democracia, fiscalizar o que os políticos estão fazendo em prol da cidade, do Estado e do país. Acho que estas audiências deveriam se estender às escolas, para que os estudantes também participassem das discussões”, disse a estudante Isabele Lopes, aluna do 3º semestre de Direito na Universidade Federal de Mato Grosso, campus Barra do Garças.