Regional mantém redução de assassinatos por dois anos consecutivos

por Débora Siqueira | Sesp-MT — publicado 04/08/2017 14h40, última modificação 04/08/2017 14h40
Região, que agrega sete municípios, recebeu investimento em equipamentos, recursos humanos e viaturas do Governo

Por anos dois anos consecutivos, a Região Integrada de Segurança Pública (Risp) de Barra do Garças (515 km a Nordeste de Cuiabá) tem reduzido crimes de homicídios. No primeiro semestre deste ano, foram registrados três assassinatos na regional, enquanto no mesmo período do ano passado foram oito mortes violentas nos sete municípios da Risp. Além de Barra do Garças, a unidade inclui Araguaiana, General Carneiro, Novo São Joaquim, Torixoréu, Pontal do Araguaia e Ribeirãozinho.

No ano passado, a regional baixou em 5% o número de homicídios dolosos (com intenção de matar) e 5% de furtos, registrando acréscimo de 11% nos casos de roubos. No primeiro semestre deste ano, os crimes contra o patrimônio com o uso de violência caiu 29%, de 114 casos para 80, em comparação ao mesmo período do ano passado. Já os furtos subiram 16% no total da Risp.

Durante a reunião, na Caravana da Transformação, com os presidentes dos Conselhos de Segurança (Consegs), promotores, juízes e com os comandantes e membros das forças de segurança pública e do sistema prisional, o governador de Mato Grosso, Pedro Taques, lembrou os investimentos feitos pelo Executivo Estadual. Ele destacou o chamamento de 27% dos atuais 15 mil trabalhadores da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) e instituições afins, o aumento do número de viaturas, além dos investimentos em inteligência policial, que resultou em ações ostensivas e investigativas mais eficientes.

“É um número que está aquém, mas 3.663 profissionais são R$ 190 milhões em investimentos na segurança. Somente ano passado, 13 mil pessoas foram presas. Mato Grosso é o segundo maior estado que mais se usa tornozeleira eletrônica com 2.900 presos monitorados. Não resolvi todos os problemas em 2 anos e 6 meses, mas avançamos muito”, disse Taques, na reunião realizada nesta quinta-feira (03.08).

O secretário de Estado de Segurança Pública, Rogers Jarbas, informou que para chegar à redução dos dados a polícia tem trabalhado com métodos e técnicas, atividade de inteligência, núcleos de estatísticas e análise criminal. “É uma atividade científica, que trabalha do crime para o criminoso e não o contrário. Tínhamos perspectivas de prender 15 mil pessoas este ano, e pode chegar a 20 mil. Melhoramos muito a resolutividade, autoria e materialidade da Polícia Civil com esse novo modal, temos ações qualificadas em todo o estado, o que vem resultando em prisões”.

O promotor criminal de Barra do Garças, Hudson Franco, elogiou o trabalho das polícias na cidade, em especial a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec). “As polícias estão de parabéns, pois fazem um bom trabalho e a Politec tem uma excelente atuação. Já ganhei muito júri, graças ao trabalho da Politec”, comentou.

Ação conjunta contra o crime

O titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Barra do Garças, delegado Wiliney Santana de Borges, explica que o trabalho de integração entre as Polícias Civil e Militar é de suma importância para alcançar esses resultados na redução da criminalidade.

“A gente tem trabalhado em cima dos dados apresentados, fazendo ações setoriais. No caso do crime de roubo, a gente faz o mapeamento da zona quente, que apresenta o maior índice e as ações são direcionadas para aquela localidade de forma preventiva. O trabalho repressivo que já é mais atribuição da PJC, todos os delegados têm nos crimes de roubo representado pela decretação da prisão preventiva. Se não foi preso em flagrante e identificou, representa pela prisão preventiva. A gente faz essas representações para tirar essas pessoas de circulação e inibir esses roubos, o principal é isso”.

Em relação aos homicídios, o delegado explicou que um bom trabalho da Politec no local do crime também ajuda na redução dos homicídios. “Quando o homicídio já aconteceu, a gente procura chegar à autoria do crime. A gente acredita que inibe a criminalidade tanto com a ação preventiva, por meio das ações ostensivas e repressivas da Polícia Militar, quanto nas investigações da Polícia Civil, demonstrando que não há impunidade. O nosso índice de resolução em 2016 ficou acima de 90% e esse ano já está em 72%”, disse o delegado.

A comandante-adjunta do Comando Regional 5 da Polícia Militar, major Andréia Vital Costa, também afirmou que a integração entre as forças de segurança pública foi fundamental para redução dos índices criminais. “Quando as Risps foram criadas, nós tivemos a preocupação de trabalhar juntos: Polícia Militar, Polícia Civil, Politec e Corpo de Bombeiros. Na nossa região, fazemos reuniões semanais para monitorar semanalmente os nossos índices, aí fica mais fácil atuar, porque a gente consegue verificar bairro a bairro onde aumentou o número de roubo, qual o horário e a gente consegue direcionar as nossas operações para esses locais. Nós também começamos a monitorar o furto justamente para diminuir os índices na nossa região”.